Abertas vagas para nova iniciativa de sustentabilidade em Portugal

Lançada em 2020, a iniciativa act4nature Portugal conta com 15 empresas que assumiram compromissos pela biodiversidade. As entidades e empresas interessadas podem aderir até dia 31 de março.

Em setembro de 2020, 15 empresas nacionais, de diferentes dimensões e setores, assinaram este compromisso. Estas empresas são: a ANA Aeroportos de Portugal, Corticeira Amorim, Grupo Crédito Agrícola, CTT, ECOINSIDE, EDIA, EDP, Herdade dos Grous, Jerónimo Martins, LIPOR, NBI – Natural Business Intelligence, REN, The Navigator Company, Trivalor, VdA.

Em Portugal, o act4nature conta com a colaboração de um Conselho Consultivo integra um conjunto diversificado de parceiros científicos, entidades públicas e privadas e ONGA.

A natureza (biodiversidade e serviços dos ecossistemas) sustenta nossa prosperidade e bem-estar, proporcionando a criação de valor económico e segurança, apoiando o desenvolvimento humano e a igualdade, e aumentando a nossa resiliência às alterações climáticas. De acordo com o Word Economic Forum, as ameaças à natureza e à perda de biodiversidade colocam as empresas e a economia em risco e, atualmente, mais de metade do PIB mundial, 44 triliões de dólares em valor económico, está exposto aos riscos da perda de natureza.

O act4nature Portugal decorre do act4nature International e reúne hoje 92 signatários, tendo sido lançado em França em 2018 pela associação EpE – Entreprises pour l’Environnement, parceira do BCSD Portugal através da Rede Global do WBCSD e enquadra-se nos compromissos assumidos pelo BCSD Portugal, em 2019, ao integrar a coligação Business for Nature.

Qualquer empresa, independentemente do setor de atividade que integra e a sua dimensão, pode aderir ao act4nature Portugal. Ao aderirem ao act4nature Portugal, as empresas subscrevem os 10 Compromissos Comuns act4nature e definem um conjunto de compromissos individuais SMART (Specific/Específicos, Measurable/Mensuráveis, Additional/Adicionais, Realistic/Realistas e Time-bound/Delimitados no tempo), alinhados com a atividade que desenvolvam e com uma abordagem construtiva/voltada para o futuro.

“Ao aderir ao Act4Nature Portugal, as empresas participam ativamente com um compromisso importante, num momento de viragem para a biodiversidade a nível internacional, e têm a oportunidade de passar a integrar melhor o capital natural nos seus modelos de negócios e cadeias de valor, algo decisivo para alcançarmos sociedades e economias verdadeiramente sustentáveis, até 2030”, afirma João Wengorovius Meneses, Secretário-Geral do BCSD Portugal.

O lançamento da iniciativa coexistiu com a apresentação, em 2020, da Estratégia de Biodiversidade da União Europeia (UE) para 2030, e este ano está previsto também uma agenda para biodiversidade com um conjunto de decisões importantes, nomeadamente, no contexto da Lei do Clima Nacional, da Conferência das Partes (COP15) sobre a Convenção da Diversidade Biológica, do Plano Estratégico da Política Agrícola Comum, da Presidência Portuguesa do Conselho Europeu, do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e da Conferência das Partes (COP26) sobre a Convenção-Quadro das ONU sobre alterações climáticas, em Glasgow, entre outras.

É fundamental que da COP 15 sobre a Diversidade Biológica resulte um acordo internacional para a proteção da biosfera e da biodiversidade, semelhante ao Acordo de Paris para o clima.

De acordo com a Avaliação Global do IPBES sobre Biodiversidade e Serviços de Ecossistemas, lançada em maio de 2019, os humanos estão a alterar os ecossistemas da Terra de forma dramática e a um ritmo sem precedentes, com cerca de 1 milhão de espécies animais e vegetais em risco de extinção. Esta perda massiva de biodiversidade está a degradar os sistemas naturais, que sustentam sociedades e economias, e a taxa de degradação continua a acelerar.

Os impactos da sociedade, empresas incluídas, na natureza são bem conhecidos e, frequentemente, visíveis, e a degradação dos serviços de ecossistemas representa um risco sistémico insuperável para as empresas e para a economia global: riscos operacionais, de continuidade da cadeia de valor, que advêm da imprevisibilidade e da falta de resiliência dos ecossistemas em desequilíbrio, regulatórios, reputacionais e financeiros.

A par do aquecimento global, que é um dos principais motores desta grave perda, a preservação da biodiversidade e dos serviços de ecossistemas é um dos mais importantes desafios que o mundo atualmente enfrenta. A biodiversidade e os serviços de ecossistemas sustentam a sua prosperidade e bem-estar das espécies que nele habitam. O restauro do frágil equilíbrio do mundo natural e da vida na Terra é, assim, não apenas uma questão ambiental, mas também um imperativo económico, social e moral.

Smart Planet Online | 16 FEVEREIRO 2021

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