Barragem do Caia – Ecoinside descarboniza ABCAIA, em contexto de melhoria do aproveitamento hidroagrícola

A Associação de Beneficiários da Barragem do Caia (ABCAIA) juntamente com a tecnológica de energias renováveis Ecoinside celebraram uma parceria para a instalação de um sistema  fotovoltaico, que prevê gerar cerca de 35 a 45% da energia total consumida pelas estações elevatórias e reservatórios de água da ABCAIA.

A Ecoinside conquista mais um projeto no Alentejo, sendo a empresa tecnológica de energias renováveis e sustentabilidade a selecionada para desenhar uma solução à ABCAIA.

A Barragem do Caia, é localizada sobre o rio Caia, no concelho de Campo Maior (Elvas). Sendo edificada em 1963 a Barragem do Caia é um dos primeiros sistemas de aproveitamento hidroagrícola implementados no país.

Hoje, quase 60 anos desde a sua implementação, o Aproveitamento Hidroagrícola do Caia é responsável por irrigar cerca de 7.258 hectares de terrenos agrícolas.  Esta empreitada conta com 45.2 metros de altura, e aporta uma capacidade total de armazenamento de 190 milhões de m3.

A ABCAIA está a tomar medidas estratégicas para reduzir os seus custos energéticos e promover uma maior sustentabilidade ambiental através da transição energética para as energias renováveis.

O Engenheiro Luís Rodrigues, gestor da Barragem do Caia, como resposta à tendência crescente de consumo de energia elétrica, refere que a Associação constatou que, de modo a ter uma gestão financeira e ambiental eficaz e continuar a aprimorar o seu sistema hidroagrícola teriam de mitigar os custos associados ao consumo de energia elétrica. Que é “um dos custos que tem maior peso na Associação” refere o gestor da Barragem do Caia.

“O consumo de energia elétrica tem crescido no regadio ultimamente, dado o desenvolvimento de rega sob pressão. Sendo um dos custos que a Associação tem de suportar, e na hipótese de recorrer, com ajuda, a este sistema de energia limpa, optamos (ABCAIA) por colocar nos locais onde há um maior consumo e uma maior apetência para esse consumo das energias limpas.”

Como resposta à realidade, a ABCAIA decidiu investir em quatro Unidades de Produção para Autoconsumo (UPACs), responsáveis por gerar energia limpa para alimentar a rega dos campos agrícolas dos benificiários desta associação. Investimento este, financiado através do PDR2020, ao qual a ABCAIA apresentou candidatura.

“Com a ajuda do Estado português muito se tem feito, mas ainda há muito por fazer. (…) Sem o financiamento do Estado, a Associação, só por si não tem capacidade para gerir um projeto desta dimensão.”

Com recurso ao fundo do PDR2020 e à respetiva solução fotovoltaica da Ecoinside, a ABCAIA visa minimizar os impactos financeiros e ambientais associados ao consumo convencional de energia, permite uma amortização energética que, consequentemente, também trará maior conforto para a carteira dos agricultores beneficiários.

“ A energia limpa traz à ABCAIA uma maior liquidez financeira. Isto, por sua vez, permite um maior conforto na situação de mantermos uma liquidez financeira estável. Não podendo vir a suportar os agricultores com custos aos quais estão obrigados à taxa de exploração. Mantendo o valor da taxa de exploração o mais baixo possível.”

Com o objetivo de otimizar o uso da água e ter um gestão sustentável da mesma, a ABCAIA tem investido em tecnologias modernas, como a impermeabilização de canais, sistemas de automação e sondas de nível. Essas medidas permitem um controle mais preciso da distribuição de água e uma resposta mais rápida a eventuais desequilíbrios no abastecimento.

Temos feito todos os esforços de acoplar a uma obra velha tudo o que é tecnologia de ponta para podermos poupar água. (…) Como não temos um “Plano B”, a Associação vive da água que chove nos meses de inverno e que a resguarda para os meses de verão.”

Diante deste cenário, e sem um “plano B” a ABCAIA optou por investir em fontes de energia renovável, priorizando áreas com maior consumo energético e maior recetividade a essas soluções.

“Estamos neste momento a tentar minimizar os custos onde o consumo de energia é mais elevado, tanto nas Estações Elevatórios como nos Reservatórios, assim como em todas as automações.” Clarifica Luís Rodrigues.

O projeto para a ABCAIA envolveu a projeção de quatro UPACs desenhadas pela Ecoinside, sobre os Reservatórios Estabilizadores de Elvas e de Campo Maior e sobre as Estações Elevatórias do Carrascal e de Vale Morto.

Em contexto da crescente severidade da seca meteorológica no Alentejo, aliada à atividade agrícola da região e à subida nos custos energéticos, o recurso a centrais fotovoltaicas no Alentejo demarca-se como uma medida estratégica. Segundo o Engenheiro Luís Rodrigues, a interdependência entre água e energia no contexto do regadio exige uma análise conjunta.

“No âmbito do regadio, o binómio da água e da energia não pode ser visto em separado. A eficiência e o potencial destes dois componentes é de capital importância para o sucesso do regadio, tanto privado com público. A hipótese de desenvolver estes projetos, vai contribuir para aumentar a receita da Associação e contribuir para aumentar a resiliência do regadio no Alto Alentejo. Há um binómio água e energia que faz todo o sentido que andem muito juntos e muito a par, que tanto trazem tanto benefícios para o agricultor e para a Associação.” Explica o Engenheiro.

A solução vencedora desenhada pela Ecoinside, contempla um total de 344 painéis solares que irão alimentar as UPACs, com um total de potência instalada de 189,75 kWp. Esta solução fotovoltaica, por meio de painéis solares, converte a luz solar em energia elétrica, limpa, para autoconsumo. Prevê cobrir entre 35 a 45% das necessidades energéticas da Associação, agregando uma poupança significativa.

Com recurso ao fundo do PDR2020 e à respetiva solução fotovoltaica da Ecoinside, a ABCAIA está estrategicamente a apostar na transição “verde” e sustentável de modo a, passo a passo, melhorar o seu aproveitamento hidroagrícola.

Ao trazer poupança na parte da liquidez da Associação ficará um valor disponível para puder tomar outras iniciativas no sentido de melhorar o regadio e, logicamente, a poupança de água.”

Em Portugal, a irregularidade na distribuição da precipitação atinge uma média anual de 900 mm, o que por consequente provoca desequilíbrios hídricos. A distribuição espácio-temporal da precipitação no país cria problemas de escassez em diversas regiões e impacta diversos setores da sociedade. Nomeadamente, agricultura. No final de 2023 a maioria das barragens no sul do país estava abaixo dos 50%. Sendo esta, a região do país com maior exploração de área agrícola.

No ano de 2021, houve um decréscimo da emissão de gases de efeito estufa (GEE) em 1.3%. Segundo a APA (Agência Portuguesa do Ambiente), estes valores resultam, essencialmente, da redução das emissões do setor de produção de eletricidade (-1,8%) bem como do setor dos processos industriais e uso de produtos (-3,3%).

O caminho para uma maior aposta na energia renovável, já está a ser edificado, a  frequente aposta nas energias renováveis em projetos para irrigação agrícola, demarca-se como uma resposta eficaz à realidade que enfrenta o setor da agricultura, em destaque no Alentejo, e ao melhor aproveitamento dos recursos.

O Engenheiro defende que o desenvolvimento desses projetos não apenas aumentará a receita da Associação, mas também fortalecerá a resiliência do sistema de regadio no Alto Alentejo, demonstrando a sinergia entre água e energia e os benefícios mútuos para agricultores e associações.

Em regra geral todas as associações estão a seguir este passo, pois o regadio nos últimos 20/25 anos evoluiu brutalmente. A ABCAIA está inserida na Federação Nacional de Regantes de Portugal (FENAREG), em que nos dá conhecimento sobre a situação e nos põe a par da necessidade de cada Associação. Constato que todas as Associações, umas a uma velocidade e outras a outra velocidade, tem contribuído para melhor os seus aproveitamentos Hidroagrícolas.” Remata Luís Rodrigues.

 

Departamento de Marketing & Sales da Ecoinside

FONTE:

ODIGITAL

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